Órgão de armário
O órgão, instalado no coro alto da Igreja, data de 1827 e é da autoria do organeiro António Xavier Machado e Cerveira, uma das figuras cimeiras da organaria portuguesa, conhecido também a nível internacional.
O instrumento foi adquirido pela Igreja em 1827 para animar as missas solenes que se realizavam aos sábados em honra de Nossa Senhora. As missas eram muito participadas por “gentes que vinham Zêzere abaixo”. Na altura a igreja pertencia à Real Confraria de Nossa Senhora dos Mártires. “A Igreja tinha rendimentos. Era uma Igreja de Romaria, como as que se fazem a Nossa Senhora da Nazaré”.
“O som do órgão fazia-se ouvir em quase toda a vila. É uma maravilha quando tocado pelo organista”
O instrumento foi adquirido pela Igreja em 1827 para animar as missas solenes que se realizavam aos sábados em honra de Nossa Senhora. As missas eram muito participadas por “gentes que vinham Zêzere abaixo”. Na altura a igreja pertencia à Real Confraria de Nossa Senhora dos Mártires. “A Igreja tinha rendimentos. Era uma Igreja de Romaria, como as que se fazem a Nossa Senhora da Nazaré”.
“O som do órgão fazia-se ouvir em quase toda a vila. É uma maravilha quando tocado pelo organista”
Ana Elias, organista da
Igreja de São Julião Mártir, matriz de Constância em parceria com o Associação CICO |
UM INSTRUMENTO RENASCIDO
O instrumento, com o número 101, insere-se na terceira fase de construção de António Xavier Machado e Cerveira, que corresponde a um período mais polifónico. “O instrumento evidencia já a viragem para este tipo de desenvolvimento musical”, explica o organeiro responsável pelo restauro do órgão de Constância, Dinarte Machado. O órgão de armário de Constância possui cinco metros de altura e dois de largura. É um instrumento polido com dois pedais em forma de estribo. O órgão possui um teclado de 54 notas de oitava inteira. O instrumento tem 12 registos, seis de cada lado. À esquerda: fagote, clarão, duzena, quinzena, flautado de seis aberto e flautado de 12 aberto. À direita: clarim, corneta, oitava real e quinzena, flautim, flauta em 12, flautado de 12 aberto. O órgão tem 700 tubos e é alimentado com o fole original, sendo o ar insuflado através de uma turbina que se encontra fora do instrumento. Trata-se de um exemplar totalmente mecânico que foi restaurado de forma minuciosa. “O estado não era precário, o que permitiu o restauro próximo do estado original”, esclarece Dinarte Machado. O órgão, instalado de lado, no coro da igreja, possui duas portas decoradas. O organeiro Dinarte Machado explica que houve necessidade de substituir algumas peças do instrumento que estavam em estado degradado, mas adianta que faltava apenas um tubo de palheta. O fole foi restaurado de forma geral. “Tinha um óptimo estado de conservação”, ilustra o técnico. O restauro foi iniciado em 1999. Envolveu um trabalho efectivo de oito meses e contou com a colaboração de seis a nove pessoas do Atelier Português de Organaria de Dinarte Machado. O restauro do órgão teve um custo superior a 30 mil euros (seis mil contos). O valor foi comparticipado em 16460 euros (3300 contos) pelo Ministério da Cultura. A autarquia contribuiu com cerca de seis mil euros (1220 contos). Os restantes 7540 euros (1500 contos) foram assegurados pela paróquia. fonte: Ana Santiago em o Mirante Edição de 2002-12-12 |